a partir de maio 2011

sexta-feira, 27 de abril de 2012

No Espiritismo não existe “pai de santo”


PEDRO DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, MS (Brasil)
Expressar o sentimento é um dos direitos sagrados e inalienáveis na democracia. Ninguém tem poderes para cercear alguém de fazê-lo. Isso é indiscutível. Porém, utilizar-se dessa prerrogativa democrática para achincalhar, discriminar, atingir pejorativamente de qualquer forma, meio ou maneira, pessoa física ou jurídica, é irresponsabilidade tão grande que atinge os degraus nefandos da leviandade.
Em se tratando de meios de comunicação, que muitas vezes formam opinião, antes de publicar uma notícia, devem eles procurar a verdade. Se não for assim, em certos casos, poderão macular um dos princípios fundamentais do jornalismo, que é informar com objetividade, clareza e isenção de ideias preconcebidas de quem fala ou escreve.
Para tanto, os profissionais que se prezam devem possuir uma gama de conhecimentos gerais que envolvem a humanidade, sociedade, família e as variadas atividades humanas. Caso contrário, correm o risco de prestar desserviço à população.
Em se tratando de religião, principalmente no momento em que vivemos, esses aspectos não podem dormitar nas raias nocivas dos achismos, sob pena de confundir as pessoas.
No ano passado, assisti a uma reportagem pela televisão dando conta de que em determinado local pessoa cognominada e respeitada como “pai de santo” utilizava-se de crianças para práticas espíritas. Isto é lamentável. Mas o mais triste é a demonstração da falta de conhecimento de história geral, do Brasil e das religiões.
No Espiritismo não existe “pai de santo”. Essa denominação é utilizada em outras filosofias religiosas. Deixamos de citar nomes para não confundir ainda mais quem já esteja confuso.
A Filosofia Espírita que é ensinada, explicada, instruída e exemplificada pela Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec dá segurança científica, filosófica e religiosa para os trabalhos espiritistas, que não possuem rituais, simbolismos, crenças exteriores, promessas, milagres, cultos aos mortos, “pai ou mãe de santo”, sacerdote, diácono, pastor, bispo e outras denominações hierárquicas. Nem usam vela, condecorações, paramentos ou vestimentas sacramentais.
As sociedades espíritas, conhecidas como centro espírita, união espírita, grupo espírita, são sociedades religiosas espíritas, filantrópicas, sem fins lucrativos, que não exigem pagamento de dízimo nem oferta.
Não utilizam pessoas, tampouco objetos, para concretizarem finalidades presumidas ou propostas. São regidas por Estatuto que dita todas as normas lidas, estudadas e votadas na Assembleia Geral e outras resoluções nas Assembleias Gerais Extraordinárias, que norteiam as atitudes da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal eleitos pelos associados.
Os trabalhadores – bem como seus médiuns – são pessoas comuns que primam pelo estudo das obras básicas codificadas por Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese, além de outras complementares de autores espíritas, sérios e consagrados, e também as subsidiárias de autores diversos.
Por tudo isso, e outras particularidades, seria de bom alvitre que os profissionais de comunicação, antes de publicar notícias religiosas, tivessem a humildade de consultar as entidades representativas de cada religião para disseminarem a verdade.    

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