a partir de maio 2011

domingo, 22 de abril de 2012

Depressão e Sindrome do Pânico

Autor: Davidson Lemela

1. POR QUAL RAZÃO EXISTE TANTA RESISTÊNCIA EM ACEITAR AS VIDAS PASSADAS?

Exaustivamente comprovada por várias pesquisas de academias renomadas em todo mundo, a reencarnação já acumulou um número tão grande de provas a seu favor que qualquer teoria, por mais extravagante que fosse, já teria sido aceita com a metade dessas provas. Porém sua aceitação, tropeça, sobretudo, em dois fatores complicadores: o preconceito e o orgulho.
Preconceito: Comumente, as pessoas costumam relacionar a doutrina das vidas sucessivas com questões místicas ou religiosas. Quando a ciência surgiu a partir do século XVI, instaurou-se um clima de verdadeira rejeição a tudo quanto representasse herança com o ranço teológico medieval. A verdade pronta e absoluta pregada pelas doutrinas judaico/cristãs, foi substituída pela verdade comprovada das pesquisas científicas e tudo aquilo que não pudesse ser medido, testado ou que fugisse ao escopo estabelecido por esse novo saber, seria rejeitado sumariamente. Dessa forma, a reencarnação ganhou o status de práticas ocultistas, sem crédito por parte da ciência nascente, visto como ela não podia ser comprovada pelos métodos científicos que se detinha, como até hoje, nos limites da matéria densa. No entanto o princípio palingenético não pertence a nenhuma religião ou credo, tampouco se trata de uma verdade metafísica, mas é antes uma lei biológica, cabendo, portanto, a própria ciência a incumbência de comprová-la.
Orgulho: A assimilação da hipótese da reencarnação nivela as classes sociais e derruba as barreiras do preconceito, pois estabelece uma distinção não somente pelo desenvolvimento intelectual, mas, principalmente, pelo progresso moral e espiritual alcançados e pela disposição do indivíduo na observância das leis naturais, uma vez que revela nossa pequenez diante da grandiosidade da realidade espiritual.
A partir do momento em que a doutrina das vidas sucessivas é incorporada em nosso sistema de crenças pessoal, um cientista, por exemplo, do alto de sua cátedra e do seu saber, teria que admitir a hipótese de já ter sido, em outra vida, um lavrador ou um serviçal humilde que ganhava a vida com o suor do próprio rosto. Um indivíduo hoje, que goza de prestígio e poder, onde manda e todos obedecem, teria, da mesma forma, que aceitar ter sido no passado, um personagem desprovido de autoridade, em uma vida obscura e insignificante, desprovido de importância social, ou, o que seria ainda pior para seu orgulho, vir a ser no futuro esse personagem, caso ainda insista em não andar bem, permitindo que o orgulho e o egoísmo orientem suas escolhas.
Por todos esses motivos, a reencarnação, do ponto de vista da ciência ortodoxa, caiu no ostracismo, sendo relegada a mera crendice popular e, portanto, desmerecendo a atenção dos "doutos e prudentes".  Para esses, é mais fácil rir dessa crendice absurda, pois dessa forma se mantêm afastados da realidade interior, enquanto desperdiçam raras oportunidades de crescer, distraídos com as ilusões do mundo e dessa vida repleta de armadilhas.
Porém quem tem olhos de ver que veja. Por se tratar de uma lei natural, a reencarnação é como a luz da candeia, espargindo os clarões da verdade sobre os corações de boa vontade, lembrando que o maior amigo da verdade é o tempo e o seu maior inimigo, o orgulho.
Por outro lado, os mais notáveis pensadores da antiguidade como Sócrates, Pitágoras, Platão, Buda, entre outros, defendiam e ensinavam a idéia da transmigração das almas (reencarnação), e que esta renasce quantas vezes for necessário para atingir o estado da perfeição. Posteriormente, a partir do Séc. XIX, com o clima de liberdade instaurado pela própria ciência, estudiosos e pesquisadores descompromissados com o status quo, retomaram os debates sobre a reencarnação, agora sob um novo enfoque, o da pesquisa psíquica.  Neste novo clima, que envolve estudos da reencarnação, fenômenos anímicos, estados alterados de consciência, mediunidade e etc., dá-se ênfase à análise de campo, com metodologia que inclui uma técnica apropriada à investigação da psique humana. Pois como nos lembra Miranda, não se pode aplicar, teimosamente, nessa busca pela compreensão da alma e da reencarnação, somente a metodologia que serve à pesquisa da matéria densa, pois a alma humana não é mero ajuntamento de átomos e células que se pode medir e pesar, mesmo pelos mais delicados e sofisticados instrumentos de aferição da tecnologia moderna.

2. O QUE É A DEPRESSÃO?

A depressão pode ser explicada como um quadro da psicopatologia, que se caracteriza, principalmente, por uma alteração no humor, cujos sintomas mais comuns observados são:
  • Perda de energia ou interesse;
  • Humor deprimido, vitimização;
  • Dificuldade de concentração;
  • Alterações do apetite e do sono;
  • Lentificação das atividades físicas e mentais;
  • Sentimento de pesar ou fracasso;
  • Pessimismo.
Analisando, porém, a depressão, considerando-a, como hipótese de estudo, sob a ótica da realidade espiritual, percebe-se que o depressivo possui um traço de caráter prevalente e muito comum: A PREPOTÊNCIA. Essa constatação se fez baseada na análise de centenas de casos tratados através do processo da TVP.
A história mostra que desde as mais recuadas eras, andamos pela terra acostumados a ser rigorosos, autoritários e sempre gostamos de dar ordens e a querer as coisas do nosso jeito. Hoje nos sentimos imensamente subjugados com uma sensação muito grande de impotência, quando não conseguimos fazer valer nossos desejos e vontade, como no passado. Isso, fatalmente, leva ao recrudescimento de nosso caráter, gerando raiva que acaba se transformando em frustração. E enquanto não aprendemos a lidar com essas emoções, na medida em que não nos conformamos com os fatos da vida que nos contraria, substituímos a alegria do coração resignado, pela dor da revolta com aquilo que nos "deprime".
O desfile dos sintomas mais comuns como tristeza, desânimo, queixa de injustiça, impotência, idéias de suicídio etc., nada mais são que o resultado de uma raiva contida - na maior parte das vezes não expressa - que acaba por nos levar a procura de um médico, visto como ninguém mais liga para o nosso sofrimento e para nossa rebeldia.
O diagnóstico clássico, aponta para um desarranjo na bioquímica do cérebro onde os responsáveis pela patologia são os receptores seretoninérgicos e nor-adrenérgicos, e o tratamento prescrito, geralmente, se restringe a administração de antidepressivos.
Contudo, quando a vida não satisfaz nossos desejos, tampouco permite que nossas ordens sejam cumpridas, começamos a nos sentir extremamente irritados. Tornamos-nos tão ranzinzas, mal humorados que passamos a considerar o mundo injusto e as pessoas insensíveis. Brigamos com todos e por tudo, pois nada para nós está bom. Quando precisamos nos expor, o fazemos de forma grosseira e, às vezes, gritamos exasperados por pouco, não economizando "adjetivos" para fazer valer nossa vontade. E como a vida não está nem aí para nossas reclamações e rabugices, passamos a nos recolher para dentro de nós mesmos, não para nos conhecermos melhor - o que seria positivo -, mas porque "as pessoas não nos compreendem" e se nos sentimos "deslocados" nesse mundo, gostaríamos que ele parasse para descer, pois para nós parecesse tudo uma brincadeira da qual não gostamos. Em nosso mutismo interior, nos isolamos de todos e uma falsa tristeza se apodera de nosso espírito revoltado e sofrido. O diagnóstico da depressão dado pelo médico, representa uma cartada lançada ao nosso problema. No início até produz algum efeito, porque afinal agora sabemos o que temos. Sentindo-nos como alguém que descobre o próprio mal, porém sem entender muito bem suas raízes. Mais tarde, percebemos que os medicamentos prescritos aliviam temporariamente os sintomas, porque estes recrudescem vorazmente depois, deixando-nos ainda mais perplexos e abatidos.

3. A INDÚSTRIA DA DOENÇA

Assim, há várias décadas, a indústria farmacêutica, apostando na etiologia proposta exclusivamente pela Psiquiatria tradicional, vem pesquisando novas fórmulas com medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Porém parece que a doença avança desafiando todos os prognósticos e promessas de cura, pois atualmente ela já acomete mais de 20% da população com idade entre 20 e 60 anos, além de garantir uma espera de meses na fila de um psiquiatra.
O início dos estudos sobre a depressão começou na década de 20, mas foi somente a partir da década de 60 que houve o primeiro avanço considerável da medicina no tratamento da Depressão. O medicamento, conhecido também como antidepressivo, foi lançado no mercado com o nome de ANAFRANIL e representava uma vantagem considerável sobre os antigos IMAO, comercializados desde a década de 50, pois produziam menos efeitos colaterais.
Contudo, a partir de 1974, uma outra empresa química norte americana, tentava a aprovação de um novo componente antidepressivo, a FLUOXETINA. Essa nova droga prometia revolucionar o tratamento da depressão, pois como sua ação inibia a recaptação da serotonina, prolongava sua permanência na sinapse neuronal, favorecendo a obtenção de episódios prolongados de humor, ao mesmo tempo em que afastava os sintomas indesejáveis provocados pela patologia. O órgão federal de controle de medicamentos americano FDA, aprovou a droga em 1987, surgindo então no mercado o PROZAC, também conhecido como a "pílula da felicidade".
Segundo o dr. Urban , uma intensa campanha publicitária, alardeando o fim definitivo da depressão, provocou uma "lavagem cerebral" nos clínicos da época, a ponto de favorecer falsos diagnósticos de depressão, sob o delírio daqueles que queriam experimentar os efeitos anestesiantes da nova droga, que se tornara sinônimo de status, consumido apenas por uma classe privilegiada e que prometia o que nenhum psicoterapeuta jamais ousou considerar: afastar para sempre a tristeza de nossas vidas.

4. A INVENÇÃO DE UMA DOENÇA

Ainda segundo o dr. Urban, a indústria farmacêutica, que calculava os lucros de quase 30 anos com a comercialização do ANAFRANIL, assistiu, perplexa, suas vendas despencarem consideravelmente, com seu principal produto mofando nas prateleiras das drogarias. Então concluíram que algo precisava ser feito. Foi quando uma avalanche de pesquisas científicas, patrocinadas pelos laboratórios preocupados com os prejuízos, avaliaram a controvertida eficácia do PROZAC, uma vez que ficou evidente que o alto índice de suicídio entre os usuários dessa nova droga, ocorria em função da melhora do humor que o medicamento provocava, quando então o paciente conseguia sair da crise aguda da depressão e ganhava forças para dar cabo da própria vida, visto como continuava prevalecendo nele a mesma personalidade pré-mórbida.
Esse plano funcionou durante algum tempo, porquanto logo o PROZAC seria novamente liberado, respaldado por outros trabalhos científicos que contestavam os dados dos efeitos colaterais e as ocorrências de suicídio.
Precisavam então de um "plano B". Este deveria ser urgente e de tal forma extraordinário capaz de salvar o ANAFRANIL.
De conformidade com os interesses dos fabricantes desse medicamento, estagnado nas linhas de produção em função das promessas milagrosas do PROZAC, lembra o dr. Urbam que a Associação Americana de Psiquiatria, formada por membros das principais universidades de todo o pais, convocou, em 1983, um encontro extraordinário para a reclassificação do DSM (manual de diagnóstico e estatística). Como a última revisão datava de 1980, três anos antes quando surgiu o DSM III, perguntava-se então qual motivo urgente teria o poder para convocar um colegiado médico, uma vez que as edições anteriores e posteriores, sempre ocorreram num período superior a 10 anos? Qual o equívoco imprescindível que precisava ser reparado? Os laboratórios ameaçados de falência, engendraram uma fórmula mágica para socorrer o ANAFRANIL, e assim, juntamente com a reedição do DSM III-R (revisado), nascia a Síndrome do Pânico.
Nessa altura, o leitor, principalmente aquele que já foi acometido desse mal, deve estar se perguntando como pode um doença ser inventada, visto como seus sintomas são bem reais e causam tanto dano. Na verdade, não se trata aqui de invalidar o diagnóstico indicado para a série de sintomas que compõem o quadro da doença, mas propor um olhar diferenciado para a Síndrome do Pânico (SP), uma vez que ela pode ser descrita como uma variante da própria Depressão, portanto possuem ambas a mesma etiologia. A diferença fica por conta do acréscimo de alguns sintomas físicos e psíquicos, intrínsecos ao indivíduo e que são causados por "presenças" e pela manipulação do ectoplasma, os quais explicaremos mais à frente.

5. COMO PODEMOS DEFINIR A SÍNDROME DO PÂNICO?

Do ponto de vista da Psiquiatria clássica, a SP é um diagnóstico da psicopatologia com alguns sintomas bem definidos que compõem o quadro da doença:
  • Tontura;
  • Falta de ar;
  • Pressão no peito;
  • Taquicardia;
  • Tontura;
  • Medo incontrolável de morrer.
Vale ressaltar que o medo ou pânico de morrer, é o seu principal sintoma e se caracteriza por um medo irracional e incontrolável, não havendo nada que o justifique, ou seja, sem causa aparente, e é justamente isso que caracteriza a síndrome. O paciente tem, comumente, medo de morrer sem assistência, sem socorro, evoluindo para um quadro intenso de pânico no qual a pessoa desenvolve um medo de ter medo. Nas crises mais graves, o paciente fica impossibilitado de levar uma vida normal (trabalho, vida social etc.), não conseguindo, muitas vezes, sair de casa, com medo de que possa acontecer alguma coisa ruim, morrer, principalmente.

6. COMO FUNCIONA O TRATAMENTO DA SÍNDROME DO PÂNICO ATRAVÉS DA VISÃO TRADICIONAL?

Através de tratamento medicamentoso, com a administração de estimulantes neuronais que favoreçam a recaptação da serotonina na fenda sináptica.
Dentro do modelo tradicional, pessoas que apresentam SP, possuem insuficiência na produção de alguns neurotransmissores, principalmente a serotonina. Esses hormônios são substâncias químicas produzidas pelos neurônios (células nervosas), por meio dos quais as células do nosso cérebro podem enviar mensagens às células vizinhas. Quando há uma diminuição dessas substâncias, pode ocorrer alterações no sistema nervoso causando distúrbios variados como a depressão, a ansiedade, o pânico, dores crônicas, etc.
A serotonina, como um importante neurotransmissor, tem funções diversas, como o controle da liberação de outros hormônios, tornando-se fundamental para a capacidade do ser humano em responder aos estímulos ambientais. Daí, concluir-se que a causa da SP, bem como de outras síndromes psicopatológicas, se deve aos baixos níveis de serotonina e de outros neurotransmissores. E para remediar essa situação, administram-se inibidores da recaptação da serotonina pelos neurônios, como no caso de medicamentos à base de FLUOXETINA.
A terapêutica clássica, admite também a hipótese de atendimento psicológico como recurso alternativo. Nesses casos, a orientação indicada é a abordagem Cognitivo-comportamental, onde se trabalha, principalmente, com a exposição do paciente em aproximações sucessivas àquilo que lhe causa pânico, geralmente com a presença de um AT (acompanhante terapêutico).

7. QUAL O DIFERENCIAL PROPOSTO PELA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA TVP?

A análise através da TVP, não desqualifica a abordagem referente à Psiquiatria tradicional, porém a amplia, uma vez que acrescenta a dimensão espiritual do ser humano, quando considera as milhares de vidas que ele já viveu no passado. Essa dimensão, desfaz um engano cometido pela orientação tradicional, visto como admite que somos hoje conseqüência de nossas experiências de passadas existências e que nossa personalidade vem se estruturando como resultado daquilo que construímos para nós em decorrência das escolhas que fizemos. Portanto, a dor, o trauma, a raiva e todo nosso comportamento, são o reflexo de nosso mundo interior, povoado hoje de fantasmas e medo. Deste modo, seria pueril desconsiderar essa realidade espiritual, pelo menos como hipótese de estudo, porquanto não existe mais espaço atualmente para negá-la, principalmente em um contexto em que estão em pauta os distúrbios psicológicos do ser humano.
Os novos psicólogos e psiquiatras herdaram uma grande responsabilidade com esta nova visão de homem e de mundo, pois o tempo da loucura incompreensível ficou no passado. Afinal de contas, o conceito das vidas sucessivas é uma realidade que não pode ser indefinidamente ignorada por esses profissionais, principalmente quando personalidade humana é a essência do processo. A tese da reencarnação precisa, urgentemente, ser absorvida pelas estruturas arcaicas do pensamento materialista e incorporada a um novo modelo clínico que garanta se chegar a verdadeira etiologia de nossas dores, propondo uma cura definitiva.
Édouard Schuré, o grande pensador contemporâneo, afirma que a alma continua sendo a chave para se entender o universo, e que a única chave para se entender a alma é a reencarnação. Diz ele que a alma é como uma luz velada, que obscurece e se apaga quando a negligenciamos.  Por isso, a incompreensão com a causa de muitos males que assolam nossa vida.
Na verdade, a deficiência na produção dos hormônios cerebrais, apontada pela medicina tradicional como a causa da SP, está associada a outros sinais que formam a relação de sintomas descritos para a patologia. A causa da SP, dentro da ótica da TVP, está assentada em quatro causas bem distintas, que, no entanto se entrelaçam quando associadas à realidade espiritual:
1ª - A Paranormalidade
Os pacientes que apresentam SP, são portadores de uma sensibilidade psíquica acentuada, ou seja, são paranormais, ou médiuns - geralmente detentores de uma mediunidade mal cuidada.
Quando consideramos as experiências do passado, admitimos, do mesmo modo, que em muitas dessas vidas que vivemos não andamos muito bem, por conseguinte, ferimos e magoamos os outros, assumindo pesados compromissos com a própria consciência e com aqueles que se tornaram nossas vítimas, como, aliás, demonstram as inúmeras histórias relatadas pelos nossos pacientes regredidos. Conseqüentemente, se algum desses que prejudicamos no passado, se encontra atualmente desencarnado e ainda não conseguiu esquecer a dor pela qual o fizemos passar, concluímos que, muito provavelmente, podemos ter hoje a sua companhia, atrapalhando nossa vida, na forma de uma "presença" indesejável, transformada agora em algoz, fato esse, aliás, mais comum do que se supõe e muito bem documentado, principalmente na extensa literatura espírita que para descrever essa ocorrência, preferiu adotar o termo "obsessão".
Os médiuns hoje, acossados pelo próprio passado, não são pessoas doentes, especiais ou desequilibradas, porém a desinformação com a causa geradora dos distúrbios da "senso percepção" e do "juízo de realidade" de que são possuidores, provocados por essas "presenças", se encarrega de favorecer um clima de perplexidade e incompreensão com relação à sua própria dor, levando muitos a imaginar que carregam algum mal incurável, pois são levados a muitos desconfortos físico e psíquico:
Distúrbios da senso percepção (alucinações)
  • Alucinações Visuais: Vêem vultos (geralmente imagens distorcidas de "presenças");
  • Alucinações Sinestésicas: Sentem "presenças" próximas (sensação de que há mais alguém no ambiente, principalmente quando estão sós);
  • Alucinações Auditivas: Ouvem "presenças" (vozes, pessoas conversando, barulhos diversos, chamar o nome, etc.);
Distúrbio do juízo de realidade (delírios ou intuições negativas)
O paciente elabora pensamentos do tipo:
  • "Vou morrer sem socorro";
  • "Vou morrer cedo";
  • "Eu estou muito doente";
  • "Não tem saída",
  •  "Ninguém vai poder me ajudar", etc.
2ª - A Intuição da fobia
O segundo fator desencadeante dos sintomas de portadores da SP, está também ligado ao passado. Comumente, esses indivíduos, em outras vidas, tiveram desencarnes violentos, nos quais sofreram episódios intensos de dor e desespero, onde, freqüentemente, morreram sem assistência ou abandonados à própria sorte. De tal modo, as ocorrências das chamadas crises de pânico, prendem-se a esses eventos passados, uma vez que as "presenças", que conhecem muito bem esses dramas pretéritos, se utilizam da paranormalidade do paciente, através das "intuições negativas", para levá-lo a imaginar - e sentir -, inconscientemente, que irá morrer de novo, da mesma forma e sem socorro. Por isso, é possível entender o medo incontrolável e, aparentemente, sem sentido, de achar que está a morrer.
A conclusão que se chega é que ao admitirmos a hipótese de existir interferência de "presenças" em nossa vida hoje, amplia o conceito de reencarnação. Pois, se aceitarmos o fato de que podemos viver várias vidas sucessivas - um fato já comprovado hoje - temos que considerar, da mesma forma, a possibilidade de existir seres que estariam estagiando entre uma encarnação e outra, em um período no qual costumamos chamar de espaço "intervidas".
O conceito de "presenças" e de que elas interferem na vida dos pacientes, inclusive como etiologia de muitas síndromes psicopatológicas, estabeleceu um critério para se lidar com elas no set terapêutico. Dentro do processo utilizado pela TVP para lidar com casos de interferências de "presenças", é utilizada uma metodologia que inclui uma técnica que exige, acima de tudo, atitude terapêutica desprovida de preconceitos, predispondo os profissionais que dela fazem uso, para o inesperado, porém com lógica e bom senso. Para esses novos psicólogos da alma, fica claro que as vozes que a pessoa diz ouvir, realmente existem, e vêem de fora dela, de outra pessoa.
Terapeutas de vida passada em geral, aprendem a identificar interferência de "presenças" durante a regressão. Quando o cliente se encontra em um estado alterado de consciência, ele é capaz de potencializar suas habilidades paranormais, e muitas vezes, seu inconsciente mostra a ligação do seu problema com a atuação de uma "presença". A aplicação de técnicas precisas durante o processo, possibilita conhecer a causa que deu origem a essa ligação e verificar os dramas que se desenrolaram no passado, entre o paciente e a "presença". A compreensão dos motivos daquele que o persegue até hoje, produz o que mais se espera num processo de TVP, a mudança do seu caráter e, conseqüentemente, a mudança em seu comportamento, representando uma das únicas oportunidades de curar-se efetivamente e tornar-se mais feliz.
3ª - O Caráter pré-mórbido
A terceira causa apontada para a SP, seja, talvez, dentro da ótica em estudo, o fator preponderante para o surgimento da patologia: o caráter difícil.
A psiquiatra dra. Maria Teodora, com mais de 20 anos de experiência em TVP, explica que o caráter é o conjunto de tendências, boas e más, que o indivíduo traz consigo de vivências passadas. Diz ela que essas tendências se manifestam, geralmente, desde a infância e que as de ordem negativa (nossos defeitos), estão, comumente, ancoradas no orgulho e no egoísmo, podendo facilmente ser exemplificadas como inveja, ciúme, intolerância, impaciência, vaidade, prepotência etc. Na grande maioria das vezes, são ignoradas pelo cliente (são os chamados 'pontos cegos'). Raras são as pessoas que vêm à terapia para o tratamento desses problemas. É função do terapeuta a identificação, sinalização e proposta de tratamento das mesmas.
Via de regra, pacientes que apresentam SP, possuem uma personalidade que poderíamos chamar de pré-mórbida. Geralmente são muito egoístas ou prepotentes, traço de caráter difícil que possuíam no passado - e do qual ainda não se livraram - e que os fez cometer erros graves, prejudicando muitas pessoas, faltamente colocando-os hoje à mercê de seus implacáveis cobradores desencarnados.
Ao analisar os traços típicos de um panicoso durante o processo de terapia, percebe-se nitidamente que, na maioria das vezes, sua personalidade difícil, que se manifesta através dos traços de caráter negativo, não é conhecida por ele de forma consciente. É pouco comum, o paciente vir à terapia para tratar seu egoísmo, por exemplo, ou sua intolerância, pois geralmente esses incomodam mais aos outros que a si mesmo. Comumente, o cliente surge queixando-se de alguma dificuldade da vida: relacionamento difícil, fobias, medos, raiva, tristeza, depressão, insegurança, inadaptação com a profissão, com a vida, com as pessoas etc., quando não vem com sintomas explícitos de interação com "presenças". A maioria deles, nem desconfia que a causa de suas dores que o faz se queixar tanto, está justamente relacionada com os seus defeitos de caráter.
Semelhante a um edifício que vem sendo construído há séculos, nossa personalidade estrutura-se vida após vida como se a cada experiência acrescentássemos alguns tijolos à construção. Ela reflete nossa realidade interior inalienável, portanto não podemos destruí-la para construir uma nova, como faríamos a uma edificação ameaçada de ruir. Precisamos aperfeiçoar a que já possuímos à medida que aprendemos a lidar com a arte, igualmente quando temos que reformar nossa casa, obrigados a habitá-la ao mesmo tempo. Nosso domicílio interior está em reformas, por isso sofremos tanto. Muitas vezes, gostaríamos de poder passar uma borracha no passado e extinguir o que nos incomoda, na ingênua tentativa de negar nossa realidade interior. Porém nossa memória é indelével e todos os fatos, emoções, dores e alegrias estão lá, não se apagará, nunca. Ao tentar fugir dos compromissos assumidos consigo e com os outros, o indivíduo entra num processo de alienação que só faz adiar sua felicidade e perpetuar sua dor.
A prepotência, como um traço comum do panicoso, tem raiz no orgulho. Ela surgiu em nossa personalidade há milênios, quando, pressionados pela vida e pelas condições sociais das comunidades primitivas, escolhemos ser valentes, impiedosos, autoritários, visto como isso garantia a sobrevivência de nossa tribo, de nosso povo ou mesmo da nossa família. Acostumamos a ser assim, tornou-se nosso jeito de ser, pois ele reafirmava nossa autoridade, uma vez que obtínhamos ganhos secundários. As coisas acabavam sempre sendo do nosso jeito e se não fossem, não hesitávamos em cobrar com violência.
Do nosso passado, emergiram então personagens acostumados a mandar e ser obedecidos e a cobrar com truculência seus desejos. Logo, não é difícil imaginar para onde esse comportamento nos levaria no futuro e como ele acabaria se transformando nas raízes de nosso caráter prepotente dos dias atuais.
Nossa frustração e impotência de hoje, por não poder fazer valer nossa autoridade e poder do passado, quando podíamos exercer nosso caráter livremente, transformou-se na dor do presente, diagnosticada como uma patologia complicada e de difícil resolução. Por esta razão, não tenhamos a ingenuidade de creditar aos nossos indefesos neurotransmissores a responsabilidade pelos nossos medos, pois nossa personalidade não irá se alterar uma vírgula com a administração de benzodiazepínicos, tampouco nos tornaremos mais gentis e tolerantes com a ingestão de ansiolíticos.
Na vida atual não podemos mais comandar de forma arbitrária, pois ninguém mais nos obedece, aliás, nossa conduta é no mínimo estranha para os outros, que não entendem a razão de nossa intolerância, pois desconhecem, como a maioria de nós, as raízes do próprio mal.
Certa feita, em uma sessão de terapia ao argumentar com uma "presença" as razões do seu ódio e de sua vingança para com um paciente que atendia, disse-me ela que esse meu paciente não era um coitadinho como eu pensava e que aquele olhar sonso e seu riso amarelo, escondiam um coração impiedoso e uma personalidade irônica. Ele só não cometia hoje os mesmos estragos do passado porque não tinha o poder nem a autoridade nas mãos, pois do contrário faria o mesmo ou pior.
4ª - Manipulação de ectoplasma
E por último, sobraram os sintomas físicos, ou dizendo mais apropriadamente, dentro dessa nova ótica, restaram as sensações físicas comuns às crises de pânico, confundidas, repetidas vezes, com sintomas físicos: falta de ar, pressão no peito, taquicardia, tontura etc. Porque, a bem da verdade, gostaríamos de frisar que, todas essas reações não passam de manipulação do ectoplasma por "presenças" - em cena novamente as "presenças" - por isso não são diagnosticáveis, a não ser clinicamente. De nada adiantam exames laboratoriais, radiografias ou outro recurso qualquer da moderna medicina, nada irá surgir aos olhos ávidos de um diagnóstico palpável, o que acaba deixando o paciente perplexo, restando ao facultativo apenas sedar o paciente, diminuindo sua ansiedade e, provavelmente, a do médico também.
Mas o que é o ectoplasma?
O dr. Luciano Munari, psiquiatra e especialista em TVP, possui extensa experiência prática e teórica, na identificação e tratamento das síndromes provocadas por manipulação ectoplasmática. Escreveu o livro Ectoplasma, Cura e TVP, onde descreve as diversas experiências com seus pacientes, tanto como médico, como terapeuta de vida passada. Segundo ele, o ectoplasma é uma substância ou um fluido semi-material/semi-espiritual que, portanto, permeia tanto o mundo material quanto o espiritual. Faz parte da nossa organização fisiológica/espiritual e é fundamental para a manutenção da vida. É ele que permite a atuação das "presenças" para impressionar o mundo físico e causar, por exemplo, os fenômenos de poltergeist ou de materialização. Existem indivíduos, no caso os que sofrem da SP, que possuem ectoplasma em excesso e são, geralmente, aquelas pessoas que apresentam sintomas típicos do Transtorno de Somatização: dores no corpo, falta de ar, palpitações, dores nas articulações, dores de cabeça, Enxaqueca, ou mesmo as dores abdominais de uma úlcera duodenal, dores lombares, nas pernas etc.
Diz ele ainda que dificilmente algum de nós não ter apresentado algum sintoma da Síndrome Ectoplasmática e que esses sintomas parecem estar relacionados ao tipo de ectoplasma que é formado pelo organismo e nos locais de preferência para se depositar. Quando se deposita no trato gastrintestinal, por exemplo, costuma causar na pessoa uma impressão de abdome distendido e, freqüentemente, apresenta um estômago sensível à variação alimentar.
Outro local de acúmulo, segundo o dr. Munari, é o subtipo torácico. Nele, a expressão do ectoplasma ocorre como se fosse "algo" que sobe como uma onda entre o abdome e o tórax, provocando falta de ar e palpitação, comumente chamada de "angústia no peito", predispondo à asma e à bronquite.
Por fim, no subtipo craniano, encontram-se as expressões alérgicas no revestimento nasal e oral, além de facilitar o surgimento dos fenômenos das rinites, sinusites, otites e das laringites, bem como as dores de cabeça com impressões de estar com a "cabeça aérea", e a enxaqueca.
Na SP, segundo o dr. Munari, ocorrem crises de palpitações, falta de ar com ou sem sufocamento, ondas de frio ou de calor, de formigamentos pelo corpo, tontura, náuseas, sensação de desmaio, angústia ou opressão no peito e ocorrem logo em seguida às "intuições negativas" que o indivíduo tem de que vai morrer ou mesmo enlouquecer. Todas essas crises, são provocadas por manipulação do ectoplasma pelas "presenças", como acima descritas.
Geralmente, grande parte desses pacientes, sente uma onda de calor subindo de baixo (abdome) para cima, precedia, às vezes, de pequeno arrepio ou mesmo calafrio. Ele explica que os arrepios (friachos), são sugestivos da simples aproximação de uma "presença", enquanto que a onda de calor (fogacho), decorre da movimentação e manipulação do ectoplasma pela mesma. O medo de morrer ou enlouquecer, fica por conta de pensamentos e sentimentos extraídos, pelas próprias "presenças", do inconsciente do paciente pelo processo da "intuição negativa", onde estão as situações traumáticas do passado.

8. EXISTE AINDA MEDO E PRECONCEITO OU A PROCURA PELA TVP ESTÁ AUMENTANDO?

Um dos maiores empecilhos com relação à Terapia de Vida Passada é a desinformação. Não existe risco algum. Surgem algumas fantasias no imaginário das pessoas quanto a morrer na regressão ou ficar presa no passado, porém nada disso ocorre; mesmo porque a pessoa não irá a lugar algum, estará o tempo todo consciente e lembra-se do passado como se lembraria de um filme.
Outra teoria levantada contra o uso da TVP, repousa no argumento de que se renascemos nos esquecendo do passado, por qual razão provocar a lembrança do que, aparentemente, está esquecido, se o olvido desses fatos dolorosos, é a garantia para nos poupar da dor? Não estaríamos contrariando uma lei natural?
Novamente em cena a desinformação. A argumentação acima parece ser bastante convincente, pelo motivo de ser óbvia, uma vez que o véu lançado sobre nossas recordações pretéritas, nos garante a proteção contra eventuais transtornos que lembranças dolorosas e traumáticas poderiam provocar. Terapeutas de vida passada são unânimes em defender a idéia de que não se deve mexer naquilo que está esquecido e, consequentemente, não incomoda, principalmente se for por mera curiosidade. Assim sendo, parece que o esquecimento é uma proteção se não fosse um DISFARCE.
Se de fato todos esses episódios dolorosos tivessem realmente ficado esquecidos no passado, não estariam importunando hoje. Deste modo, na terapia, o paciente irá se lembrar do que incomoda, e isto está mais vivo do que se imagina, tanto que transcorridos séculos, ele ainda anda às voltas com toda essa carga emocional do passado, retardando sua felicidade.
Vale ressaltar ainda, que na pauta das dificuldades encontradas para a plena difusão dessa nova abordagem psicoterápica, encontra-se a tendência das pessoas em relacionar a reencarnação em geral e a TVP em particular, com praticas místicas, como já disse alhures. Essa confusão acabou por estabelecer uma linha de preconceito para essa prática terapêutica, deslocando o eixo do caráter clínico do tratamento para questões religiosas, dificultando sua penetração principalmente no meio acadêmico e sua aceitação por parte de instituições oficiais.
No entanto, para a grande maioria das pessoas, a TVP acena com uma proposta séria e consistente, por isso a procura para esse tipo de modalidade terapêutica está aumentando, na medida em que aumenta a busca do indivíduo por explicações ou procedimentos que tragam maior conhecimento de si mesmo e oportunidades efetivas de cura.

RESUMO

A ótica da TVP, como disse acima, se baseia na hipótese científica da reencarnação. Costumo dizer que possuímos uma vida só, porém com várias existências, ou seja, já vivemos milhares de experiências na carne, a maioria boas e outras nem tanto. A terapia é um processo segundo o qual se inicia com as recordações do passado e deve encerrar com o paciente compreendendo as relações do passado com o presente. E ainda descobrir os Padrões de Comportamento que vêm sendo repetidos vida após vida, aprendendo deles se separar através do entendimento desses padrões, conscientizando-se do quanto eles têm tornado sua vida infeliz.
Resumindo, propomos que o diferencial sugerido pela ótica da TVP para o entendimento e terapêutica da SP e da Depressão, são os seguintes:
  • 1. Tratamento do caráter difícil do paciente, compreendendo suas raízes através das vivências do passado que estejam relacionadas a esse caráter difícil;
  • 2. Descobrir e conhecer as histórias traumáticas do passado em que o paciente foi vítima ou que morreu de forma trágica, aprendendo delas se dissociar;
  • 3. Orientar e encaminhar o paciente com respeito a sua paranormalidade;
  • 4. Vincular sua patologia com possível atuação de "presenças", propondo uma terapêutica onde se estabeleça um elo de responsabilidade entre paciente e "presença", e uma oportunidade de entendimento entre ambos.

Sobre o Autor(a) deste Artigo

Davidson Lemela

Davidson Lemela

Psicólogo, Terapeuta, Didata, Autor, Supervisor e Orientador da SBTVP
E-mail: sbtvp@sbtvp.com.br
 
http://www.sbtvp.com.br/

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